24 de março de 2009

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Souberam-no no primeiro minuto em que os olhares se cruzaram na escuridão pulsante de luz da pista de dança.Nenhum dos dois deveria estar ali. Mas estavam. Ambos tinham decidido no último minuto sair pela noite fora em busca de música, em busca de um refúgio, de uma fuga para os diferentes tormentos com que lidavam.Não se conheciam.Mas reconheceram-se. Ele com os amigos dele. Ela com os dela.Ele parou a olhá-la. Ela não o viu. Apenas queria ir dançar...dançar e esquecer tudo para ganhar forças para voltar a recordar.Juntaram-se os dois como por magia! Ela já perdida com ritmo alucinante que lhe inebriava o corpo e fazia explodir a alma em movimentos extasiados. Porque, por vezes precisamos de intervalos entre as lutas que travamos.Ele discreto mas presente. Prendeu o olhar na cintura dela para não a olhar nos olhos. Atreveu-se a ir lá com as mãos! Ela sentiu aquela carícia anónima e tentou ignorar, deu por si a procura-lo entre a amiga e o amigo que os acompanhavam.E subitamente tudo parou. O tempo parou. A música parou. O mundo parou.Olharam-se. Uma fracção de segundo. Os corações descompassados sem entenderem ainda o porquê. Desviaram o olhar desconcertados com o que sentiram. E não se atreveram a olhar-se mais...espantados, baralhados.Ela dançou com ele, embalada pelo calor que ele irradiava. Logo ela, que nunca se coibira de avançar para ter o que queria...com ele não conseguia. Nem tão pouco o conseguia olhar nos olhos com medo do que sentia.Ele não sabia o que fazer. Nem o que pensar... Por isso não fez nada...encheu a alma com aquele corpo que queria tocar, com a pele que desejava saborear...pelo canto do olho ela mirava-lhe os lábios, com sede de um beijo que adivinhava perfeito.A noite passou e ela desapareceu. Ele procurou-a com o olhar, atravessando todo o espaço em busca de algo que lhe faltava...algo que sempre lhe faltara...Ela vacilou entre o orgulho ferido de mulher plena e a insegurança de menina...prevaleceu, a estranha sensação de ter que voltar...para o encontrar...para o ver. Para confirmar que aquilo que sentira era mesmo verdade... Queria falar com ele...saber quem realmente era…o porque daquela perseguição. O dia seguinte levou-a para longe, de regresso á sua realidade. Ele ficou. Tentou esquecer aquela fracção de segundo que se entranhou na sua alma como uma nova força, uma nova esperança...e uma vontade imensa de decifrar o que o seu coração lhe sussurrava e que ele não conseguia entender.Foi o início do fim e o começo de tudo. Para ele e para ela...fins inesperados e começos há muito sonhados.

Quero passar por tudo outra vez! :)

Comentem ; )

23 de março de 2009

Eles, aqueles, os únicos .

Era noite, cara molhada dos chuviscos. Sentada na areia com quatro Amizades. Ninguém falou, todos precisávamos daquilo. Daquele momento depois de uma semana cansativa. Estava tudo de tão mau humor, que pessoas que se conhecem tão bem, não se reconheceram. Todos sabíamos que ia ser uma daquelas noites em que nada estava planeado, mas sairíamos dali tão cansados como se dançássemos a noite inteira. Cansados de pensar, de ver, de ouvir, de sentir. É óptimo ter-se alguém que nos conhece tão bem, que basta uma palavra para perceber tudo, basta um sorriso, um olhar, uma expressão. Aquelas pessoas que até podem não dizer nada durante semanas, até meses, mas que em poucas horas nos põem a par de tudo, e nos relembram o quão bem nos entendem. Foi um noitão daqueles… daqueles que trocava sem pensar duas vezes por qualquer festa, concerto ou discoteca.

São estas e mais algumas (mas poucas), as amizades que preservo. São estas que me protegem do mundo lá fora. São estas que sabem realmente o que faço, como sou e me ensinam a não ser um fracasso.
São estas, que me dizem para desculpar os que mal de mim dizem, e que mal me querem, pois são pessoas de quem temos de ter pena por não conseguirem ser mais do que são.

Tenho aquilo que já quase não se vê por aí. Pessoas por quem sempre vivi.
Adoro-vos tanto !

Coisas sentidas .

Chorei, mas encontrei. Obrigado!

Vinte e Três de Março de Dois Mil e Nove

Aproximamo-nos das férias merecidas. :)Até parece mentira. Gouveia, aniversario,dormir. . . perfeito.
Hj foi um daqueles dias que começou logo mal com um maravilhoso teste de Inglês. é sempre bom. Também acabou em beleza, com uma dor de cabeça horrivel. E lá pelo meio, vá, lá pelo meio até teve os seus momentos ironicos, e com os sorrisos contagiantes dos que me rodeiam, os realmente importantes.
Talvez publique mais qualquer coisita hoje.
Beijinhos.

Saudade

22 de março de 2009

Explicação

Estes textos abaixo, são os que foram escritos antes da criação do blog .
Daqui para a frente virão novos textos, compostos no silêncio da praia (na companhia do mp3).

Desabafo

E quando me olhas nos olhos, revejo-me no passado… na feliz criança que fui. Espero-te até que percebas que o que fiz nao foi por mal, mas na esperança sigo… Sigo-te! Na ânsia de voltar a encontrar o que desejas no teu olhar .

Estavas lá comigo.

Esta frase já deu tanto que falar .

"Talvez tivesse que ter dado mais de mim, ha' um sonho que nunca me vai sair da cabeça, um sonho de nao te perder e de saber a altura certa para te amar . o tempo que nao foi tempo nao passou , o sonho que se fez belo e se guardou, aqui ficou . no teu olhar fica sempre o tempo de te amar , fica um pouco do que sou ! "

--'

Divido-me entre escrever para ti e escrever por ti. Sabes, há alturas em que a paciência se esgota e quando os olhares se cruzam no meio de tanto barulho e fumo, dá vontade de mandar toda a gente calar-se para poder sentir melhor aquilo que sempre soube. Mas como mandar calar seria estragar a magia, finjo não ouvir ninguém e rezo para que se alguém passar à minha frente, o teu olhar não se disperse e continue fixo no meu. Os meus olhos já não se lembravam de como era bom ver-te, e o meu coração tivera-se esquecido daquele ritmo à muito. No entanto, o teu olhar desviou-se… Não sei o que se passou. Algo se modificou.
O que terás pensado? E sentido? Não faço a mais pequena ideia. Mas eu, o suficiente para te dizer tudo, tudo o que se passava não na cabeça mas num lugar bem mais importante, onde te é dado o devido valor. Anseio por te ver. Depois de tudo o que devia ter sido dito, e de me lembrar das noites mal passadas a meditar sobre o que fazer, se contar, se guardar, chego a uma sincera conclusão – A revolução que por aí vai, ainda não conheci, só quero conseguir acabar, aquilo que ainda não esqueci. Não foi fácil saber que passavas mal, mas tentei agora mostrar-te um sinal. Um sinal que pode não valer de nada, mas ainda te olho com olhar de apaixonada.

Primeirissimo.

Sabes aqueles momentos em que sentimos uma dor fina, dentro do peito, dor essa que nem se sabe como é, como vem, e tira a impressão de que tava tudo bem?Dá vontade de gritar aos quatro ventos numa voz bem alta, como se fosse sair um monstro de dentro de nós, a sensação de alguma coisa sem precedentes.Como se viesse um desejo de chorar e chorar, e nem saber a hora de parar, somente induzir para dentro de ti, o que pra fora nem veio a mostrar-se?Como mudança de rumo, e rumando para o deserto quente e seco da minha sensação de estar perto do nada, mas longe de ti, um amor renegado, pensamento elevado.Sentimento com sonhos desmoronados e castelos de areia engolidos pelas ondas, sentimento de perda e dor, sabor do castigo, sentido sem amor.Seria como se expremesse o peito e lançasse longe a alegria, sentido de vida vazia, sorriso sem graça, sabor de rejeição, coração na contra mão.Não!... mesmo que se tenha ideia do que é sofrer, mas ferida que se abre sem ferir doi, mas sem o sangue a sair. Sofrer assim não é justo, se foi um susto, nem custo da dor ou esperança do amor, dor essa que é fina no peito e desafina o embalo do coração e da emoção.Pois, como perfume de amor e flor, e despedida sem odor, se faz sofrido o rosto, com a expressão que dispensa conotação. Sim, com amor é fácil lidar, mas os sentimentos á parte que sem recentimentos, se faz uma parte dessa dor, que á outra se veio juntar, selando a desculpa da lágrima soltar.Como se sabe que é hora de parar? uma coisa dessas só com alguem que viveu tal sentimento, e sobreviveu pra contar, ou correu o risco e saiu da beira do abismo.Juro que se for para sentir essa dor, sem ter o que sentir, não fico mais em cima deste muro, cede-me a tua luz, e tira-me desse escuro. Os vestígios da esperança que molha o meu olhar, faz-se forte, e não sei como vai a sorte sair-me assim, sem os riscos da morte rodear-me.Sei que dor fina e vazia faz sofrer, mas sem entender o que a dor te traria é sofrer duas vezes, uma por sofrer e outra sem saber.Seria um troca justa, a troca da discórdia pela vaga soma da tua misericórdia, se me decifrasse essa dor.E chegando sempre pela metade e tomando o lugar da felicidade, essa dor que me pega sem piedade, como é triste sofrer e ver padecer num sentido sem fim, dono da verdade.Não tenho como dizer não, essa dor que seca o coração, faz -me viver um momento sem razão, leva contigo uma paz que seria a única emoção, essa dor chama-se, DESILUSÃO.

O porquê do blog.

Olá, criei este blog principalmente para ter um sitio onde escrever o que penso e sinto, e também para poder receber opiniões de pessoas amigas e daquelas que me queiram ajudar a discutir certas e determinadas coisas.

Espero que gostem .

P.s : QUASE tudo isto, é escrito no silêncio da praia e transcrito para aqui, daí o nome do blog.